A Dor da Crucificaçãoadordacrucificacao
Médico francês reconstitui a agonia de Jesus.
Sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei anatomia a fundo.
Posso, portanto escrever sem presunção a respeito de morte como aquela.
Jesus entrou em agonia no Getsemani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra. O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico.
O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo.
O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra. Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus.
Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura.
Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado.
Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário.
Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheia de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas.
Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.
Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la produz dor atroz.
Quem já tirou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas.
Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim. O sangue começa a escorrer.
Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pé e pedregulhos.
Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas.
Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apóiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo mediano foi lesado.
Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. O nervo é destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.
O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam-se à estaca vertical.
Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera.
A ponta cortante da grande coroa de espinhos penetram o crânio.
A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés.
Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede.
Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se
torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico.
Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais se esvaziar. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita.
Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem.
A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.
Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá levar-se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável! Atraídas pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui. Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que dura três horas.
Todas as suas dores, a sede, as câimbras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancam um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Jesus grita: "Tudo está consumado!". Em seguida num grande brado diz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre. Em meu lugar e no seu.
Autoria atribuída a Dr. Barbet, médico francês.
adordacrucificacao
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Um Amigo de Deus
Quais são as implicações? À semelhança de muitos de nós, ele está desobedecendo ao seu senhor por causa do que percebe a respeito dos seus dons. Mas o dom vem depois da obediência. O dom sempre vem depois da tarefa designada. Quando Deus lhe dá uma tarefa, e você o obedece, ele o equipa para realizar o que lhe deu para fazer. Jesus diz nas Escrituras que somos seus amigos quando fazemos tudo que nos ordena. No entanto, há muitas pessoas que querem ser amigas de Deus dentro de uma esfera muito limitada de obediência. Você está pronto para fazer tudo que ele lhe ordenar? Jesus disse: "Vós sois meus amigos se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor: mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (Jo 15.14,15).
É Deus quem está em missão, e é essencial que você comece um relacionamento com ele a partir de um encontro onde entrega tudo na sua vida para segui-lo. Este é o começo. Depois vem o processo onde ele trabalha no seu caráter para adequá-lo à tarefa que lhe dará. Para isso, você será levado por experiências da vida real para provar se seu coração é verdadeiro, mesmo quando suas ações não são.
Davi foi chamado um homem segundo o coração de Deus. Você pode perguntar: Como podia ser um homem segundo o coração de Deus quando cometeu pecados tão graves? Deus sabia que o coração de Davi era totalmente genuíno. Quando ele pecava, imediatamente voltava-se para Deus e nunca se queixava das disciplinas que recebia por causa do seu pecado. Um amigo é alguém que tem coração firme para com Deus. E Deus confia aos seus amigos os mais profundos tesouros do Reino.
Que espantosa esta amizade com Deus que nos foi confiada! Ele coloca em nossas mãos as chaves do seu Reino. O Mestre não entrega tais tesouros àqueles que não são confiáveis. Ele lê o seu coração. Jesus disse: "Vocês não me escolheram, fui eu que os escolhi. E estou aguardando sua obediência. Mas a obediência nunca virá se não me amarem e me conhecerem. Meu Pai vem trabalhando no seu coração todo esse tempo para levá-los a me conhecerem de modo íntimo e profundo. Eu sou o Senhor ressurreto, triunfante e soberano."
Deus prepara você através de tratar com seu coração, não com suas habilidades ou atividades. A chave para servir a Deus não é seu conhecimento de tudo; é seu conhecimento dele. Ele pode transcender qualquer coisa, em qualquer momento, em qualquer lugar, contanto que esteja em controle do seu coração. Se obedecer ao Senhor, ele gerará muito fruto em sua vida. Se permanecer na videira, que é Cristo, você produzirá muito fruto (veja João 15).
Quando Jesus enfrentou o mais significativo encargo da sua vida, ele chamou três amigos para estarem com ele. Começou naquela ocasião crucial do Monte da Transfiguração, logo depois que anunciara que iria para a cruz. Deus agora estava conduzindo Jesus, junto com seus discípulos, para esse ponto no tempo que mudaria o curso da eternidade. Nunca houve um momento que se igualasse com aquele. E a intensidade do Monte da Transfiguração se revelava no fato de que não só o próprio Pai fez questão de estar ali, mas que também trouxe Moisés e Elias. A intensidade de carregar esse fardo do mundo era tão pesada que o Pai trouxe mais recursos e Jesus trouxe três dos seus discípulos. Havia três que ele pôde levar junto consigo mais adiante do que seria possível com os demais.
Eu me pergunto se, hoje, por conta do enorme fardo deste mundo em ruínas se aproximando da volta do Senhor Jesus, a intensidade do coração de Deus não está chegando ao ponto em que ele procura angustiado por quem possa levar à parte, para estar ao seu lado, enquanto carrega tamanha carga. Quero sugerir que nunca haverá um lugar para onde você possa acompanhá-lo no qual ele não estará carregando o fardo de todas essas pessoas no mundo. Ele simplesmente pede que o acompanhe. Você nunca terá um fardo equivalente ao dele. Mas, para cada um de nós, pode haver aquele momento intenso quando percebemos que Jesus está carregando a redenção do mundo; que ele está procurando pessoas que não foram distraídas do alvo principal, cujos corações foram tratados a ponto de poder chamá-los de amigos. Estes são os corações que ele leva um pouco mais adiante que os demais.
Agora, como alguém observou, nesse momento tão intenso no Monte da Transfiguração, é comum concentrarmos nossa atenção nos homens. Enfatizamos o fato de que os três discípulos adormeceram (Lc 9.32). Podemos usar um sermão inteiro para falar como os três dormiram e passar por cima da intensidade desse momento na redenção do mundo. Eu me pergunto se é possível que o Senhor Jesus os tenha deixado dormir porque não tinham capacidade ainda de carregar o que teriam visto e ouvido. Se tivessem ouvido toda a conversa entre Jesus, Moisés e Elias, talvez teria sido demais para eles. Seria como aquele outro momento em que Jesus lhes disse: "Tenho tantas coisas a mais para lhes dizer, mas vocês não o suportariam agora. Vamos ter de esperar para depois da cruz, da ressurreição e da ascensão, quando o Espírito Santo lhes abrir o entendimento".
Assim, naquele portentoso momento na história, sentindo o peso esmagador do mundo inteiro, Jesus procurava por três amigos que, pelo menos, pudessem estar ali junto com ele.
Será que num momento como esse ele convidaria você? Posso fazer a pergunta de forma mais significativa ainda: Será que já o convidou? Ele quer ir para o mundo, a lugares onde a redenção de pessoas está em jogo. É como se o estivesse levando ao Monte onde o Pai, a lei e os profetas, todos estão dizendo: "Estou prestes a redimir e libertar as pessoas escravizadas no pecado. Mas não quero carregar esse fardo sozinho. Você irá ali comigo?"
Você crê que Deus quer trazer avivamento para o seu país? Há uma figura que aparece tanto no Velho como no Novo Testamento, que convém lembrarmos aqui. É a figura da mulher que está para dar à luz. A Escritura diz que até o momento do parto há dor e sofrimento, mas depois, grande júbilo e regozijo. Muitos querem viver na dimensão do regozijo antes do nascimento do avivamento. Será que não há alguns que possam carregar a dor e o sofrimento necessários para dar à luz? Não podemos acompanhá-lo enquanto ele carrega o fardo de nações inteiras, destruídas pelo pecado, no seu coração? Será que ele pode confiar em nós para permanecer ali ao seu lado só um pouco mais; para ir só um pouco além do que os outros se dispõem a ir; para ouvir o que os outros não ouvem; e para experimentar o que os outros não podem experimentar? Ele precisa de nós porque esse é o momento em que dará à luz a redenção de um povo. Você é um amigo de Deus? umamigodedeus
Como a Palavra nos Influencia
movidospelapalavra
Estou persuadido de que o tipo de pessoa mais nobre que existe na face da terra é aquele que serve a Deus; que todos os outros tipos de homens são falhos e imperfeitos em si, em altíssimo grau, e também são muito inferiores em força e beleza àquilo que é produzido nos homens pela dedicação ao serviço de Deus. Um homem guiado pelo Espírito Santo a viver para o Senhor é um ser totalmente mais nobre do que aquele que é movido por um motivo menos grandioso.
Deixem-me mostrar-lhes quão sadio é servir a Deus. O homem que serve a Deus, movido pelo Espírito de Deus para assim fazer, é humilde. Se ele fosse orgulhoso seria prova imediata de que ele não está servindo a Deus; contudo, lembrando que Deus é seu soberano, e que Ele o tem feito, que na mão dEle está sua vida, faz com que o homem bom se sinta nada mais do que pó e cinza. Servindo a Deus mantém o homem no seu devido lugar. E um ponto de equilíbrio para ele, sem o qual talvez fosse levado à destruição, como as miríades de borboletas que tenho visto em alto mar, condenadas logo a caírem nas ondas. Ao mesmo tempo, enquanto soleniza o homem, também o enche de alegria, de louvor, e de gratidão, assim dando-lhe força além de estabilidade. Alguém que ama servir a Deus recebe misericórdias de Sua mão com grande gratidão e gozo, e fica satisfeito com a vontade de Deus e, portanto, está cheio de gratidão para com Ele; e deixem-me dizer-lhes que não há momentos mais abençoados na vida de uma pessoa do que aqueles ocupados com gratidão adoradora. Não há nada mais purgativo, ou que mais purifique um homem da grosseria mundana, e de toda a poluição do egocentrismo, do que servir ao Deus eterno e sempre bendito, e sentir que há Alguém tão maior, tão melhor do que ele mesmo, a quem almejamos, para quem vivemos. E assim que, simultaneamente, a pessoa sente-se humilde, encorajada e animada.
O serviço de Deus é nobre mais do que qualquer outro serviço. Vejam, por exemplo, um homem que vive para si mesmo; seu maior objetivo é ganhar dinheiro. Vejam-no e considerem-no bem! Acaso a avidez por riquezas não seria uma das paixões mais desprezíveis que o coração humano possa possuir? A formiga, que trabalha para sua comunidade, para mim fica lá entre os anjos, comparada a um homem que sofre, trabalha e se deixa morrer de fome, simplesmente a fim de juntar para si mesmo uma pilha de metal dourado. Será que eu poderia elogiar mais aquele que ama o prazer? Que é o prazer? Da maneira que o mundo o entende, é uma imitação vazia, uma aparência de alegria, cobrindo profunda descontentamento. Muitas vezes penso, quando ouço criaturas mundanas rindo sobre tolices tão ridículas, que devem estar caçoando uns dos outros e dizendo, "Ri. Você deveria rir". Não consigo ver a alegria de seus divertimentos, no entanto elas conseguem. Lutam para ser felizes, todavia, depois de tudo, o que adianta ter vivido somente para ser entretido? Ter consumido todas as energias matando tempo! Haveria qualquer coisa mais desprezível?
Quão horrível é quando o homem vive para a concupiscência e gasta todas as suas energias gratificando suas paixões! Bárbaros! Animais! Que infelicidade! Insulto os animais quando comparo-os a tais homens. O homem que vive para Deus é um ser muito mais nobre. Ora, no próprio ato de renunciar a si mesmo e de dedicar-se a Deus o homem tem sido levantado do mundo, e de tudo que o segura ao pó e ao lodo dele, e ele tem subido tão mais perto dos querubins, tão mais perto, de fato, do divino. Isso torna o homem um verdadeiro homem, pois aquele que serve a Deus é corajoso, e varonil demais para ser escravo. "Deus pede-me para fazer tal coisa", ele diz, "e eu o farei imediatamente; e mesmo que você tenha me pedido fazer tal e tal coisa, desde que Deus não me tenha pedido fazer isso, o que você me pede não é obrigatório. Meu joelho foi feito para dobrar diante de meu Deus e não diante de você, e minha mente foi feita para crer no que Deus revela e não no que você decide me dizer."
Livre é o homem que o amor de Deus torna livre. Como são maravilhosas as provas disso que tivemos no decorrer da história, pois os homens que serviram a Deus têm sido os mais intrépidos mortais. Vejam o forno de fogo ardente, e o rosto do tirano Nabucodonozor quase tão vermelho quanto o próprio fogo; quase que ele não consegue falar, ele fica engasgado de paixão, porque os três jovens não adorarão a estátua de ouro: mas vejam como estão calmos ao dizerem: "Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; e, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste". Eis o verdadeiro estilo de varonilidade. O amor a Deus faz heróis.
Dê a um homem a determinação de servir a Deus e ele fica dotado de gloriosa perseverança. Vejam os apóstolos, mártires e missionários da fé, como eles avançaram, apesar de um mundo hostil; quando uma nação tem sido aparentemente inacessível eles têm encontrado um meio de entrar nela; quando o primeiro missionário morre, logo outro tem estado pronto para seguir nos seus passos. A Igreja Primitiva, na sua fraqueza, pobreza e insipiência lutou contra a filosofia, a riqueza e todos os poderes da Roma pagã, até que enfim o fraco superou o forte, e o ignorante derrotou o sábio. Aqueles que servem a Deus não podem ser vencidos; das derrotas eles aprendem a vitória. Se for necessário esperar, eles podem esperar, pois têm se juntado à vida do Eterno, e Deus não tem pressa, e nem eles. Se levar uma geração inteira para que a verdade seja escutada, deixe que leve uma geração; se levar cinqüenta gerações, que assim seja, contudo a obra será feita, a verdade será pregada, os ídolos serão abolidos e Deus será adorado. O Senhor, Seu serviço nos faz parecidos conTigo. Abençoados são os que usam o Teu jugo! Quão fortes eles crescem, quão pacientes para suportar, quão firmes para permanecer sólidos, quão rápidos para correr. Sobem com asas como águias quando aprendem a servir-Te.
Aquele que é guiado pelo Espírito Santo a servir a Deus é incitado, portanto, a um zelo, um fervor, e a um sacrifício de si mesmo ao qual nada mais poderia incitá-lo. Se vocês estão familiarizados com as vidas dos pioneiros da cruz, e especialmente das mortes dos mártires, terão visto o que a graça pode fazer dos homens. Acaso suas obras não são sublimes? Ora, esses homens riram na face de impossibilidades, e desprezaram dificuldades. Consideraram a roda e a tortura meras coisas do cotidiano, aprenderam a sorrir na face da própria morte, porque serviram a Deus. Nunca cogitaram em fugir, nem sonharam em retrair seu testemunho. Pessoas diziam, "Vocês são tolos": estavam dispostos a ouvi-los dizer isso e o consideravam cumprimento de profecia. Os reis da terra levantaram-se, e os governantes formavam conselhos e diziam: "Aniquilaremos vocês". Estavam dispostos a enfrentar isso também, no entanto não foram aniquilados. Aos olhos humanos, havia dificuldades insuperáveis em seus caminhos, porém não se importavam com o que os olhos humanos percebiam, viam através dos olhos da fé, e acreditando que estavam ocupados no serviço de Deus, sabiam que Deus estaria com eles. Sentiam que todas as forças da natureza na terra, todos os anjos no céu e todos os atributos da deidade, estavam do lado do homem que faz o serviço de Deus, e por isso foram em frente.
Tenho ouvido que um louco muitas vezes demonstrará as força de dez homens; e sei que há outro lado desse fato, pois quando um homem é possuído pelo Espírito Santo, e é levado totalmente por Ele, não se sabe dizer que força há nele, ele será dez homens num só. Ora, existem casos quando uma nação inteira parece estar contida num só homem, quando esse homem tem se entregado ao serviço de Deus.
Vejam Martinho Lutero! Não podem considerá-lo um homem comum, é difícil vê--lo como qualquer coisa menos do que uma conglomeração de uma tribo inteira. Ele crê que possui a verdade e que deve proclamá-la, e no nome de Deus ele a prega, e se existirem tantos demônios em Worms quanto telhas em cima das casas, não é nada para Lutero; e se o Eleitor da Saxônia lhe disser que não irá mais abrigá-lo, o que fará Lutero? Ora, ele declara que se abrigará sob o largo escudo do eterno Deus. Quando o papa emite uma bula contra ele, Lutero queima o documento. O que importava isso para ele? Ele teria queimado até a própria Roma. O homem tinha coragem o suficiente para qualquer coisa.
Ou considerem John Knox, todo emaciado, fraco e prestes a morrer, e no entanto tão possuído por Deus, tão inspirado, que ele não prega por nem meia hora antes de sentir que ele despedaçará o púlpito; ele agita toda a Escócia, e a rainha papista lhe teme mais do que a um exército de dez mil homens, porque Deus está nesse homem. O, aprenda a sentir da seguinte forma: "E a vontade de Deus, e a todo custo vou fazer a Sua vontade, pois é Deus que está mandando". Eu lhes digo: seria mais fácil para alguém tentar parar o sol no seu curso do que parar um homem que é dominado por essa convicção.
Se algum dia esta época tola de pequenos homens for erguida como coisa que pareça respeitável, e redimida do pântano de falsidade na qual está apodrecendo, será necessário que criemos uma raça de homens cuja intenção é servir a Deus, haja o que houver, e que não faça avaliações além destas: "E certo? Será feito. E errado? Então, não será feito". Não deveremos comprometer nossa posição, nem falar sobre arruinar nossa utilidade e estragar nossa posição por sermos exatos demais. Utilidade e posição! Deixem que essas sejam arruinadas e estragadas se a verdade ficar no caminho, pois Deus deve ser seguido selva adentro, sim, até para dentro das gargantas dos animais ferozes, e para dentro da boca do inferno, se Ele mostrar o caminho. Deus há de ser o guia, e se O seguirmos tudo há de estar bem conosco.
Entretanto, se não O seguirmos, aquilo que o homem pensa ser a coisa mais fácil tornar--se-á a mais difícil. Ele acha mais fácil permanecer quanto mais certo possível, porém sem correr riscos; ele acha melhor manter a paz em casa, conceder muitos pontos, não ser muito puritano ou muito exato, e assim por diante. Esse é o jeito fácil, o jeito que Deus detesta, o caminho que levará no fim a uma consciência cauterizada, e à exclusão do céu.
Todavia, a maneira de servir a Deus é ser lavado no sangue de Jesus, e então obedecer ao Senhor sem reserva, e buscar somente a Sua honra. Este é o caminho para o céu, e quando chegarmos àqueles lugares maravilhosos estaremos todos em harmonia com os perfeitos, pois eles servem ao Senhor de dia e de noite e consideram isso felicidade completa. Esta preparação e este serviço na terra são absolutamente essenciais para que possamos desfrutar do céu. Que Deus lhes conceda então, através do Seu Espírito Santo, que se entreguem a Deus, para servi-10 de agora em diante, e que Ele permita que nos encontremos lá nos lugares celestiais. Amém.
C. H. Spurgeon
movidospelapalavra
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Saia da tenda.
SAIA DA TENDA
Abraão já velho, em sua casa se perguntando se realmente Deus lembrava-se dele e já cogitando a possibílidade de a sua herança ser deixada para o seu fiel servo Eliéser. A promessa de um filho parecia cada vez mais distante para ele.
Más, sentia-se protegido, pois tinha sob a sua cabeça uma tenda que o protegia do frio da noite e do calor pelo dia.
Quando uma voz invade seus ouvidos, fazendo trepidar como nunca antes seua tímpanos; forte, inconfundível e cheia de autoridade era a voz de Deus. Deus trazia para ele uma ordem um tanto quanto inusitada: "Abraão sai da sua tenda...". Após obedecer Abraão pode ver um céu estrelado e sem nuvens.
Assim se deu a revelação para as promessas de Deus a vida de Abraão, saindo da tenda.Na tenda ele queria um filho e já estava até descrente quanto a isto, fora tenda ele percebeu que a promessa de Deus ia além de um Isaque, ela se estendia há uma grande e inumerável multidão.
Hoje decida sair da tenda, e vera que Deus preparou algo muito maior para você do lado de fora, a revelação está te chamando: SAIA DA TENDA.Saia da tenda
Assinar:
Postagens (Atom)